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Arquitetos: FGMF
- Área: 275 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Rafaela Netto
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ocupando um lote da Alameda Jaú, no bairro dos Jardins, em São Paulo, o Deliqatê é um restaurante de sanduiches gourmet e é o primeiro empreendimento deste grupo de investidores, que tem a intenção de levá-lo a outras capitais do país.
O terreno de 5 x 30 m era anteriormente ocupado por um sobrado dos anos 40 que, após ficar cerca de quinze anos fechado, estava totalmente deteriorado e foi demolido para dar lugar ao novo edifício. Conservamos apenas as paredes laterais e a do fundo, que se encostavam aos vizinhos e eram constituídas de tijolos de barro maciço. Elas foram cuidadosamente mantidas e reforçadas durante a obra para que o aspecto do tijolos fizesse parte do projeto depois de pronto, como uma espécie de recordação do que havia lá antes da nova edificação.
O edifício do restaurante pode então ser entendido como uma grande estrutura de aço na cor cinza que foi enxertada neste pequeno espaço entre os vizinhos e a rua.Esta estrutura tem a função de sustentar as lajes dos três pavimentos e da cobertura, além de travar as paredes limítrofes.
Devido ao acentuado desnível do lote, o restaurante possui três andares - o térreo, destinado à entrada, balcão de atendimento, caixa, área de mesas e terraço e deck externos; o subsolo, onde se encontra a cozinha e demais espaços de serviços; e o superior, que em forma de mezanino se debruça sobre a entrada e conta com áreas de mesas interna e externa e pode ser separada do piso térreo no caso de eventos fechados. A laje de cobertura é toda ocupada por caixa d'´água e equipamentos de ar-condicionado, exaustão, insuflamento, etc.
Buscamos um contato permanente do prédio com a rua. Para isso dispensamos cercas e muros e o recuo obrigatório de cinco metros foi ocupado por um deck cercado de plantas alem da fachada ser totalmente envidraçada. Os seis metros de vidro são divididos em duas partes: A inferior conta com folhas de correr, que permite a entrada das pessoas e a comunicação entre a área interna e o deck. Já a superior é composta de vidro fixo e por trás deste uma grande estante para exposição de produtos toma conta de toda esta porção da fachada.
As obras de arte tem presença marcante no projeto. Logo na entrada, a área de pé-direito duplo é ocupada por uma grande escultura pendente, que à noite fica iluminada e faz parte da composição da construção e de sua relação com o exterior. No pavimento térreo, uma das faces do terreno é ocupada quase de ponta a ponta por um painel de ladrilhos hidráulicos do artista Fábio Flaks, que atravessa todo o restaurante e termina no jardim do fundo, criando uma conexão entre os diferentes espaços.
Os revestimentos são em geral mais neutros e sóbrios, como o fulget, o mosaico português, as placas de concreto e mesmo o tijolinho da casa existente. Predominam em todo o projeto o branco e cinza nos pisos, paredes e teto e as demais cores, mais vivas, estão presentes no mobiliário e nas obras de arte.
A existência de três áreas de mesas e poltronas externas marca a proposta de tornar mais tênue a separação entre o dentro e fora e de fazer com que seja possível almoçar, jantar ou mesmo tomar um simples café em meio a um jardim com árvores folhas e flores, quase que um oásis urbano.